Nunca precisaremos morrer


Sobre ti mesmo encontra-se o peso do vosso mundo, derradeiro estado de perda que temos dentro do peito pronto a vazar. 

Longe vôo que sinto as ruas e ar do Uruguay sem lá estar. 
A paz que clama, de nós dois, partes que não podemos dar. 
Vejo você nua, em alguns dias seus cabelos castanhos ocupam todo o meu corpo. 

Deitada no meu peito, os velhos freixos se zangam e tentam te enraizar sob mim. 
Não se prende a liberdade. Vossa menina aprecia comer pelos dias, abraçando o vento e domando o mundo. Mundo vítima, desses olhos castanhos ciganos e dissimulados. 

E se por conseguinte pensar em voar, o chão sabe que sua vontade, ninguém pode contrariar. Antes de adormecer, imagino um mundo inteiro em que nós dois nunca precisaremos morrer.

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