História Experimental: Cimetière
Era uma manhã fúnebre. A chuva caía como um manto cinza e pesado de um céu recheado de nuvens densas. Nuvens de escuridão sólida. Não passava nenhum fio de luz através do céu e mesmo se passasse, ninguém realmente queria saber. Caixões se empilhavam no subsolo marrom daquela terra de superfície ampla e gramada, cercada nas extremidades por grades negras de ferro enferrujado. Poucas pessoas estavam ali, no centro daquele vasto terreno de fantasmas, em parte porque quase ninguém conhecia sequer o nome do morto. Aliás, até a parte que conhecia, não tinha motivos para ir até lá pegar chuva à toa. Uma camionete com a pintura velha e desgastada descarregava o caixão para as condolências antes de ser atirado no vazio da terra. De todos os 25 filhos do homem, apenas uma filha, a caçula - a que teve menos tempo com o pai para ser traumatizada - era a única por ali. Não havia uma esposa. Se houvesse, talvez ela não estivesse chorando também. Provavelmente ela estaria vestida com roupas repleta