Sempre fez a diferença -- Às vezes, em dias como estes, de céu azul sobre azul, começo a divagar. Eu me lembro de como é ser velho. Estar sentado no quintal de casa, sobre a grama. Deitar num cobertor cinzento, tão velho quanto o dono e ficar admirando o céu. É engraçado, quando se é mais velho e você deita, todo mundo acha que você vai morrer. Respirar profundamente, sentir o cheiro doce das maçãs do pé de maçã que começa a dar frutos. Maçãs doces que os dentes não permitem comer mais. Então eu pego as velhas fotos dos meus grandes amores e fico me admirando lá, novo, estúpido e inconsequente. Pensando no quanto a vida passou, o quanto tudo mudou. Pensando onde meus grandes amores estão. Se estão vivas, ou se estão felizes. Minha pele enrugada e marcada pelo tempo, com sulcos profundos e mole, solta do corpo, caída, acompanhando a gravidade. Meus olhos sem óculos, mal enxergando o céu, mas olhando mesmo assim. Vendo borrões brancos, azuis, amarelos. Minha boca