Anoitecer


A verdade se esconde do frio, o gelo se apodera de minha alma,
O insosso e completo mal que aflora em meu peito, em noites escuras como essa,
Começa a me dominar.

Existem dias durante a noite, que parece haver tanto mal...
Tanto mal incontrolável e ilimitado,
Meu peito pede, pede por algo rápido e sutil, que o preencha por alguns segundos,
E quando se vá, leve a maior quantidade de vida que puder.

Minha alma implora para que o mal vá embora, mas tudo que consigo perceber,
São as manchas de falsas verdades e as cicatrizes de mentiras inteiras,
Meus olhos não são mais castanhos.

Se torna tão negro quando a escuridão,
Tão profundo e maléfico quanto a pobre vida que se esconde por trás.

Sorrio, um sorriso frio e cheio de esperança,
Esperança que a carcaça pútrida de humanidade se contamine tanto,
Ao ponto que não exista mais nada se não vermes e carne pobre a ser consumida.

A humanidade apodrece, os becos estão cheios de drogados inconsequentes, os cães latem lá fora.
Será que prevêem quanta maldade cairá sobre o mundo?
Será que sentem o indescritível mal que habita dentro de mim?

Sinto minha pele se encher de arrepios, rasgam minha carne e libertam meus grilhões,

Nessa noite gélida e mórbida, em que o sereno cai fino,
Esfriando o coração já morto que habita cada um dos filhos,
Nessa noite, que a bela humanidade me perdoe,

Mas nessa noite, meu monstro está livre.

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