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Mostrando postagens de abril, 2018

La joue égratignée

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Aquarelle qui peinte la journée Chaque point de lumière de sa propre côté Est-ce qu'on pourra se voir une autre fois? J'aime trop ta façon d'être Je trouve ce verbe très fort en français Dans d’autres langues il est presque silencieux Être Il sonne l'existence

Paris, 9 de março de 2018

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Acho que o maior problema em relação ao que sinto é a solidão intensa. Não é como se os poucos momentos que estive aqui parado pensando na vida fossem realmente essenciais. Parece que os outros estão cada vez mais distantes, um pouco mais perdidos no tempo e afastados de mim. Queria saber mantê-los próximos, como se fôssemos sempre amigos sabendo nos amar sem se cansar. Talvez o que eu queira dizer é que sinto sua falta e é como se realmente me faltasse ar. Pego a bicicleta todas as manhãs, andando pelas ruas esperando te encontrar. Passo sob chuva, xingamentos, pessoas más e toda falta de esperança perdida no tempo que não temos pra respirar. As aulas passam rápidas, as janelas sujas por pombos que não sabem onde deveriam estar.  Paris é uma cidade perdida num mundo isolado em que todo ser pretende manter seu egoísmo até enfim se pulverizar. Observo os computadores à minha frente, meus amigos acessando a internet, buscando passagens para viajar para lugares que nunca antes est

Paris, 4 de março de 2018

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Sabe quando por um segundo, um pequeno pensamento passa pela sua mente? "Poderia ser eu". Inevitável e tão instantâneo. Quando o mundo grita seu nome no meio da neve. Quando suas mãos estão rachadas pelo frio e um arrepio percorre seu corpo. Acho que o que mais me incomoda em toda essa história é a falta de razão de existir nas pessoas. Tantas pessoas, nossa... tantas. Sentadas em suas cadeiras, lendo os livros que contém instruções de como elas podem ganhar dinheiro para outras pessoas mais ricas. É como se todos realmente estivessem loucos.  O que mais me fascina na humanidade é o motivo que a leva acordar de manhã, tomar um banho e continuar a viver. Porque as pessoas fazem o que fazem? Porque continuamos a viver dessa forma, se aparentemente ninguém está totalmente confortável, ninguém pode nunca ficar satisfeito e a maioria das pessoas fazem as profissões de suas vidas inteiras porque vão ter mais dinheiro pra sobreviver e não por serem apaixonadas pelo q

Paris, 14 de janeiro de 2018

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Tenho pensado continuamente porque estou aqui.  Esse último mês foi realmente arrastado por mim. Fiz tudo nos últimos momentos, não planejei ou estudei com antecedência. Foi tão caótico e errado. É quase como se eu não conseguisse encontrar um motivo ou razão pra realmente me dedicar às coisas. Eu me sinto só, me sinto triste, sinto que não tenho exemplos pra onde olhar, sinto que meus amigos estão distantes e meus objetivos nunca estiveram tão fora do alcance das minhas mãos. É quase como se eu estivesse preso dentro da minha mente e tudo me incomodasse imensamente. Não ter internet boa em casa, não conseguir trazer pessoas na minha casa, morar distante de Paris, não ter inspiração e estar minguando poeticamente. Sou um ser de intensidades, mas nesse marasmo não há como prosperar. As pessoas perguntam como eu estou, eu falo, elas falam que eu vou ficar bem. Realmente, estou sendo super bem ouvido. É como uma nova fase de depressão, mas no lugar da dor e da tristeza, eu

Paris, 1º de janeiro de 2018

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Conseguimos falar com amigos, família e amores ontem. Não deixamos que a vida fosse levada pelo vento, tomamos decisões e comunicamos claramente quem somos. Não existe uma terceira opção entre dizer ou não a verdade. É quase como se a nossa existência fosse binária quando se trata de comunicação. É possível adulterar uma verdade, mas a partir desse momento ela se torna uma mentira. Existem pequenos momentos em que eu realmente gostaria que tudo isso terminasse. Tudo é cheio de cor, intensidade, som e fúria. Viver não é nada fácil. Minha fascinação pela humanidade talvez parta daí. Sei como a vida é uma dificuldade imensa. Abrir os olhos, receber e lidar com todas essas informações, pessoas e sentimentos, enfim, uma existência para lidar. Todo ser humano é um herói pra mim. 

Paris, 19 de dezembro de 2017, 10h25

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Estou cansado. A falta de sol é impressionante. Meu corpo mesmo dormindo mais tempo fica sem energia. Meus olhos não se abrem direito e só o ato de levantar já custa muito. Existem algumas coisas me incomodando. Uma elas é essa dança que cada vez que aumenta o ritmo, afastando quem se ama. É inevitável pensar que todas as experiências que vivemos faz com que encontremos novas pessoas e que elas podem vir a ser alguém com quem desejamos ter uma vida. É interessante ver também como essa dança conduz o pensamento para o lugar do “quero que você fique bem e feliz”. Acho que o que mais me atrai nela é a independência. Essa dança é um outro nível de independência. É como se os sentimentos nela, as ações e as escolhas fossem mais poderosos. Como se  fosse um jeito de viver dançando pela vida, sem nenhuma ligação, sem nenhum compromisso. É cruel e maravilhoso. Já aprendemos de outras vezes que essas folhas que o vento leva são lindas e cruéis. Mas e as folhas que sopram o próprio

Paris, 5 de dezembro de 2017, 10h02

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  Às vezes, quando pensamos demais, esses pensamentos criados voltam pra nos atormentar. É estranho estar preso em um estilo de escritura travada, como se não pudéssemos fugir do que somos. Como se aos poucos a prisão fosse tomando conta de quem somos. Mas não é como se quiséssemos fugir. É estranho como esses pequenos trechos de vida tomam conta do todo quando não prestamos atenção. Ok, não precisamos falar tudo em metáforas. O que aconteceu foi o seguinte, basicamente, eu estou me sentindo mal porque usei uma parte do amor que possuía, pra amar alguém e no fim, deu tudo errado porque aparentemente não se pode fazer isso no belo mundo de hoje. Não é como se fosse uma lição que eu já não tivesse aprendido. O mais engraçado é como alguns vídeos influenciam ou ironizam minha vida. Hoje cedo por exemplo, abri meu feed de notícias no facebook e tinha lá um vídeo de um garoto aparentemente da minha idade, que foi aprovado em um concurso pra ser juiz federal. Suas roupas estavam em p

Paris, 28 de novembre de 2017 - Trágico demais pra uma terça-feira

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Estranho como o tempo voa É como se eu tivesse pisado na França ontem E hoje já começamos o quarto mês Não sei direito onde foi que o tempo começou a correr tão rápido Não sei também como os olhares delas sempre foram tão profundamente em mim Quase como se eu não tivesse escolha Eles só me assaltaram sem eu saber Só roubaram um pedaço de mim Sem que notasse a sua ausência E tudo que me restasse no fim Fosse amar de volta

Assombrados

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Hoje é dia 30 de novembro de 2017 e tenho pensado bastante sobre o futuro. Talvez até a publicação desse texto, eu não esteja vivo, talvez esteja. Seria estranho um texto ser publicado quando o autor não está mais vivo. Acordei hoje sem nenhum alarme, depois de sonhar mais uma vez com ela. Não era um sonho como os outros, em que ou eu nunca a encontrava ou ela era apenas um fantasma, Nesse sonho de alguma forma, ela sabia que eu queria falar com ela, De alguma forma, ela vinha até mim e nós conversávamos sobre tudo isso. Aconteceram algumas coisas abstratas, como quando eu a abracei e fechei os olhos, Quando os abri, eu havia abraçado uma estátua, e ela estava sentada em um sofá próximo, Olhando e rindo levemente de como eu havia ficado bobo. No sonho nós voltávamos a namorar, nós não estávamos felizes, Mas sim interessados no que o outro havia vivido. Era estranho e simultaneamente reconfortante e desolador. Fico pensando sobre isso continuamente, como pode ser qu

Um estudo sobre o amor : Ojos Color Sol

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Quem seríamos nós sem um pouco de caos, um pouco de projeções e terrores. Hoje me sinto seguro pra contar uma história. Conheci ela no ensino médio, em um simples "coup de foudre" sabia que meu mundo mudara. Talvez o que mais atraísse nela fossem os olhos perdidos, o rosto com um sorriso escondido, os olhos cheios de sonhos... Na verdade, acho que eu amava tudo nela. Era um misto de quem ela era, com o que ela me provocava aqui dentro. Eu sei bem quando a vi pela primeira vez, o instante me provocou enorme impacto. Comecei a ter sentimentos que não entendia. Eu queria tudo aquilo pra mim. Eu era mais jovem que hoje. Minha mente era outra. Na minha mente, as pessoas pertenciam umas às outras, como colecionáveis. Veja bem, pra mim, a vida social nunca foi natural. Nunca entendi como as outras crianças se reuniam no recreio, brincavam com seus jogos, iam na casa uma das outras ou ligavam umas pras outras. Nunca foi natural pra mim. Cada ação, cada sorriso e peque