Paris, 14 de janeiro de 2018



Tenho pensado continuamente porque estou aqui. 

Esse último mês foi realmente arrastado por mim. Fiz tudo nos últimos momentos, não planejei ou estudei com antecedência. Foi tão caótico e errado. É quase como se eu não conseguisse encontrar um motivo ou razão pra realmente me dedicar às coisas. Eu me sinto só, me sinto triste, sinto que não tenho exemplos pra onde olhar, sinto que meus amigos estão distantes e meus objetivos nunca estiveram tão fora do alcance das minhas mãos. É quase como se eu estivesse preso dentro da minha mente e tudo me incomodasse imensamente. Não ter internet boa em casa, não conseguir trazer pessoas na minha casa, morar distante de Paris, não ter inspiração e estar minguando poeticamente. Sou um ser de intensidades, mas nesse marasmo não há como prosperar.

As pessoas perguntam como eu estou, eu falo, elas falam que eu vou ficar bem. Realmente, estou sendo super bem ouvido. É como uma nova fase de depressão, mas no lugar da dor e da tristeza, eu vivo em um constante estado de catatonia emocional. Parte de fazer as coisas bem feitas, é fazê-las com vontade, colocar sua marca nelas. Mas isso só acontece quando você realmente tem vontade de fazê-las. Como um professor uma vez disse, você tem que fazer o que te dá tesão. Meu tesão na engenharia tem sido tão baixo. Eu amo o conceito, a idéia. Amo que ela me possibilite ver a vida de uma maneira diferente, ganhar uma nova perspectiva. Mas depois que eu adquiro essa nova idéia... E aí? O que tem depois? Era isso? Chegamos ao limite da capacidade humana? Como eu avanço daqui? Agora é só procurar um dono de empresa me dar dinheiro por essa habilidade nova? Sentar, fingir de morto, girar e dar a pata em troca de dinheiro, é isso?

Sabe, que esse sentimento queime. Já está na hora de construir algo novo dentro de mim. Se esse algo novo tiver que sair das cinzas, que seja. A mudança só acontece com o incômodo. E como esse marasmo me incomoda...

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