Erik, The Red - 15 - Epílogo


Entre as tantas coisas que previ que aconteceriam naquele momento, todas elas falharam. A luta que travei em todos aqueles momentos aconteceram dentro de mim, em sonhos, pertubações. Quando eu abri os olhos, estava na floresta Kh'olville, deitado naquela casa abandonada que parecia feita por um velho lenhador. As paredes eram feitas de troncos de árvore cortados e colocados um ao lado do outro. O telhado era feito de troncos que se encaixavam perfeitamente em forma de um prisma triangular. Existiam apenas duas passagens: a janela, onde os troncos deixavam um espaço e a porta que era feita de troncos cortados. Havia uma carta ao lado do pano em que eu estava deitado. Gabriel e Fábio haviam me deixado ali e tinham ido recuperar o tempo perdido, provavelmente já tivessem resgatado todos que foram capturados na vila, inclusive Cristiane, e estavam vindo me buscar. Olhei para minhas pernas, apenas uma estava inteira, a outra estava um cotoco cauterizado, agora curado depois de tanto tempo deitado.

Haviam frutas frescas ao meu lado, peguei uma maça e mordi. Alguém estivera cuidado de mim todo aquele tempo. Encostada na parede daquela casa de madeira estava uma muleta improvisada com panos rasgados e pedaços de árvores pequenas. Consegui me levantar e alcancei a muleta. Me apoiei nela e comecei a sair da casa. Quando eu sai, olhei mais a frente e vi uma mulher de costas para mim. Seus cabelos estavam longos, negros e raivosos naquele vento que corria livremente pela floresta de pinheiros altos. Suas roupas eram de uma veste branca com um tom levemente ouro. Ela se virou para mim e me olhou com aqueles mesmos olhos castanhos, sorriu, com aquele mesmo sorriso sincero e puro que revelava sua alma, seu ser, mas ocultou algo de mim.

Eu sorri e comecei a chorar. Nada no mundo me deixou mais feliz e mais triste naquele momento. Eu sabia que nunca mais a veria. Sabia que seus caminhos agora eram outros. Sabia que eu a havia matado. Ela olhou para mim e entendeu que já havia feito tudo que podia.

Eu percebi, que ela não me amava mais. Ela voltou suas costas para mim, e eu não sei se vi lágrimas ou não... Havia uma estrada que passava ali perto. Apenas... comecei a andar.

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