Fascinante


Sabe, existe algo que eu nunca me canso de olhar. Esse céu. Ele nunca morre. É imortal. "Não morre no final". Não sei se você entende a questão aqui. Você pode considerar a vida uma eterna mudança, pode considerar a existência uma mera efemeridade. Mas o céu, você não pode ignorar, ele simplesmente é o céu. Não precisa de ser efêmero ou constante.

Logo durante a manhã, o céu se revela anil, nos primeiros raios de sol que nascem, se torna vermelho. Uma mistura incrível de um vermelho sangue com azul escuro, rasgando o dia para os primeiros sentimentos, os primeiros pensamentos. O tempo passa, um dia cheio de nuvens é preenchido de imaginação e complexidade, enquanto um dia sem nuvens é cheio de objetivo e esclarecimento. A tarde chega, o sol preencho o céu com calor, que limpa as nuvens e deixa um azul muito mais claro do que qualquer outro. A tarde chega lenta, com ventos fortes às vezes, trazendo sombra pelas nuvens. Quando não, o dia é nublado, como segredos e verdades nunca ditas.

O silêncio preenche o céu o dia todo, mas o maior silêncio é ao entardecer. O vento é soprado empurrando as nuvens pra longe, revelando uma futura noite com estrelas e planetas tímidos aparecendo levemente, com o anil que antes pertencia ao amanhecer pintando o horizonte. Então o espetáculo acontece. O céu revela seu brilho durante à noite, alguns dias com chuva pra mostrar paciência e alguns dias com nuvens à frente de um céu vermelho cheio de fúria durante a madrugada. Ao mesmo tempo, o céu é o passado. As estrelas que lá estão, morreram há muitos anos atrás, as galáxias se parecem estar lá, podem não existir mais. Um universo talvez tenha acabado, e nossos corpos mal tem os sentidos necessários a sabê-lo.

Em todos os dias, mesmo o céu mudando, ele continua sendo céu. Incrível céu. Mesmo com essa interpretação sentimental, poética, ainda sim, é impossível olhar pra algo tão belo e não pensar quão fascinante é viver.

A vida é incrível.

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