Olha

- Eu nunca sei quando o que você diz é verdade.
- É sempre verdade.

O céu estava mal-pintado naquele dia. Alguém derramara tinta branca sobre o azul claro. Uma bolha amarela surgia de um dos lados, por trás de montanhas altas, mas suaves.

- Mas o que você diz não faz sentido.
- E o que faria?

- Faria sentido falar que aquela é uma estrela que "nasce" no horizonte.
- Isso é uma mentira. O oriente pinta o céu e nos envia de presente. Existem sábios em países distantes que conhecem qual pintura precisamos ver hoje, seja para sorrir ou para chorar.

Estavam nessa discussão faziam horas.

- Não! Então a noite seria o que? Outra pintura?
- Não seu bobo. À noite eles dormem, são sábios, não vampiros.

- E o que são aqueles pontos pequenos se não estrelas? E a lua? É uma bolha de tinta branca?
- Aquelas são manchas na tela que eles usam pra pintar. Eles são velhos, não gostam de trocá-la.

- Tá. Tudo bem. Se eu acreditasse em você, ainda sim não explicaria os cometas, eles vêem e somem, como pode em uma tela coisas sumirem e aparecerem? E essas nuvens no céu? Elas se mexem e mudam e...
- Que tolos seriam os sábios se pintassem como artistas, quadros parados e imagens estáticas. Bem se sabe que quem pinta com a alma, faz vida.

Um segundo de silêncio.

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