COVID

Estive pensando o que escrever numa época assim.

Não possuo palavras. É uma situação tão nova e única. Acho que antes de tudo preciso me organizar. Organizar esses vídeos todos, todos esses estudos e todas essas notícias.

A natureza faz uma ameaça à vida de toda uma espécie. E como essa ameaça é desigual. 

As pessoas que acordam todos os dias às 5 horas da manhã pra pegar um ônibus lotado e ir trabalhar até se cansarem e voltarem às 21 horas são as pessoas mais expostas à essa ameaça. 
Pessoas que não possuem acesso à internet e precisam ir ao banco para recuperar o dinheiro do auxílio emergencial. 
53 milhões de brasileiros acima de 16 anos que vivem fora do sistema. 

Acreditar que a liberdade do indivíduo e doações filantrópicas são tudo o que precisamos... 
Nessa crise, mesmo famílias que investiram toda as economias em restaurantes, lojas e outras iniciativas se dedicaram tanto pra que isso desse certo. Todas essas pequenas empresas e pequenos negócios precisarão de ajuda financeira governamental para continuar suas atividades. 
Toda essa sugestão de independência econômica, a redução da presença do estado na economia e de desmantelamento dos serviços públicos, se colocou à prova em questão de segundos.

Pessoas. Não números. Vidas. Amadas, choradas, interrompidas. Quando escrevi esse texto, eram 30 mil pessoas. Hoje quando continuo são 500 mil pessoas. 500 mil vidas únicas. Nesse momento, todo brasileiro conhece ao menos uma pessoa que faleceu por complicações ligadas ao coronavírus.

***

Eu não queria publicar sobre isso... 

Queria trazer esperança. Existe uma esperança. 

*

Imagine quantas vidas foram salvas pelas pessoas que decidiram permanecer em casa?

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