Cena


Uma manhã fria.

Os céus estão cobertos de nuvens escuras. Embora tenha luz, não se vê sol, e neva fracamente através das árvores sem folhas afinal, estamos no outono.

O chão está coberto por folhas secas e marrons, tudo está terrivelmente silencioso, com apenas um cheiro de chocolate quente no ar e duas pessoas se olhando fixamente nos olhos.

Ele é relativamente alto com um corpo esguio o forte, está vestido com um sobre-tudo negro, cachecol cinza e sapatos clássicos e estilosos, seu rosto caucasiano transmite poder, seu queixo quadrado com sua barba por fazer, transmite exatamente o que seus olhos verdes e cabelos assustadoramente negros indicam : Perigo.

Ele está segurando seus óculos escuros pela lateral com uma das mãos, e olha diretamente nos olhos castanhos à sua frente.

A dona dos olhos castanhos está classicamente vestida como uma apreciadora de arte. Boina, óculos ligeiramente desarrumados, talvez de propósito. Seu sobre-tudo esguio, em uma tonalidade especial de vermelho, que se parece quase como sangue envelhecido. Seu rosto fino - aonde cada detalhe parece ter sido esculpido pelo próprio Rodin - aparentemente está brilhando, mas a fonte da luz é desconhecida - a não ser pelo belo sorriso suave - que o afetava de alguma forma.

Ele está, de certa forma, surpreso, mas não se consegue definir se é bom ou ruim...

- Oi. - Ele diz finalmente e a olha, quase sem piscar..

Os olhos dela se enchem de lágrimas cruéis que há muito foram guardadas.

- Eu preciso de você! - É a única coisa que consegue sair de sua alma, cuja qual havia sido roubada há muito tempo atrás.

Ela retira seus óculos e cai em prantos, suas lágrimas caem como gotas de chuva através dos flocos de neve e derretem um pouco da neve acumulada no chão.

Mágoas antigas, mas lágrimas novas.

Ele se vira, não quer vê-la chorar. Há muito tempo havia deixado de ser humano, não seria agora que voltaria a ser. A guerra mata muito além de corpos. Mata almas. Mesmo que a alma dele, tenha sido morta em outro tipo de guerra...

- Todo esse tempo... E você simplesmente desapareceu... Como pôde fazer isso ? - Dizia, enxugando as lágrimas.
- Não fiz, e você, não merece explicações. - Recolocou os óculos e pos-se a andar para o lado de onde estivera vindo.
- Aonde você vai? Porque tanta crueldade comigo? EU TE AMO!

Ainda andando, disse apenas :
- Seja feliz. - E continuou em seu caminho.

Quando estava longe, ainda andando, ela apenas olhou por alguns instantes para trás devido ao disparo.

E sorriu enquanto deixava uma poça de sangue de mais um suicida qualquer para trás...

Comentários

  1. Aí, te indiquei para receber um selinho presente de grego! Acesse: http://filosofiadebanheiroecias.blogspot.com/2010/12/selinho-presente-de-grego-mas-de-amigos.html , para saber mais...

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Citações Interessantes do Livro: O Temor do Sábio

Previsão: A Crônica do Matador do Rei - A Porta de Pedra