Origami e Flores
A minha história é feita de lágrimas, feita de emoções, feita de sentimentos e razões.
Minha história começa antes do nascer do sol.
Começa no momento em que abri meus olhos e vi a vida se revelar perante à mim em sua forma mais plena: A Realidade.
Acordei cedo. Meu prédio era alto, e embora morasse no segundo andar, podia ver grande parte de minha cidade. Ele não era mais alto que meus sonhos, que minhas idéias e que minha vida, e ainda não é. Da minha janela podia ver além dos horizontes mais próximos e ver pessoas andar antes do sol nascer para pegar seus respectivos ônibus e metrôs.
Podia ver os percursos executados de modo vertiginoso por cada ser humano, percursos que se coincidiam às vezes e as pessoas tropeçavam uma nas outras, e ao invés de aproveitarem aquele momento, elas reclamavam com palavras grossas sobre eles.
O metrô passando cedo. Os ônibus dirigindo através das ruas. As pessoas andando. Os pássaros no céu. As nuvens. O horizonte. A vida se manifestando em cada ação e detalhe...
Até que algo mudou. E vejo que o que mudou alterou consideravelmente o Universo atual. Devido à isso, quero muito me ausentar dele. Ele se tornou uma peça consideravelmente perdida de um quebra-cabeça sem sentido algum, aonde nem mais as cores combinam.
Existem sentidos perdidos, sentidos achados, e eu nunca achei que aconteceria tamanha bagunça. Estava tudo certo! Como pôde acontecer tudo isso?
Me sinto perdendo certas partes da vida entre meus dedos, vazando por entre minhas unhas e carne, passando por entre minhas costelas, minha pele, pelos e misturando à um vazio incompreensível? Será que ele existia antes? Sempre existiu, porém eu esqueci como controlá-lo?
Percebo que tudo mudou, e por mais que tudo tenha mudado, nada mudou.
Minha visão me mantém em pé.
Suportarei esse peso até o fim, seja até quando ele perdurar em mim, seja para sempre.
Seja para sempre.
Comentários
Postar um comentário