Ode a Destruição

A destruição chega ao horizonte. Não sabia para onde estava indo, agora sei. Não sabia o que aconteceria, agora sei o que acontecerá. Ela anda calmamente pela linha do horizonte parecido com o momento em que o sol nasce acima das nuvens. Primeiro um raio de sol cruza e corta o céu, depois acontece algo que muda a vida pra sempre.

A destruição caminha pelas curvas do horizonte. Sinto que ela me encara, pronta para passar à minha fronte, através e me quebrar em tantas partes, que não saberei uni-las. Quando ela chegará? Quando ela irá embora? Ela está aqui e esse sentimento "puro" de tristeza, amargura, felicidade, compaixão, amor e dor faz parte dela?

Sinto ela tocar meus olhos, sussurrando para que eu os feche, e para apenas deixar que ela me carregue através do meu próprio Universo, destruí-lo e depois - talvez - reconstruí-lo. Não há nada que eu possa fazer, apenas esperar, aceitar, talvez um gesto ou dois, mas sinto que ela já bate a porta, pronta para me destruir.

Destrua e faça-me novo, logo, que tenho pressa. Pressa de me tornar novo, pressa juvenil, a pressa que me leva em direção à morte. Estamos todos descontrolados, seguindo por caminhos que não são caminhos e, tomando como norte, luzes que são sombras. Somos todos expirados e órfãos de uma sociedade cruel. A solidão que sinto nessa noite é apenas o início.

A destruição que sinto hoje, está apenas começando.

Hoje procurei suas palavras, elas não vieram da boca de ninguém, procurei seu perfume, não estava na vitrine de nenhuma loja, busquei você em mim e não a encontrei mais. Esse é meu último Boa Noite.

O abismo me espera.

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