Erik, The Red - 3

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Andamos através de montanhas. Cruzamos rios e grandes planícies. Perseguimos aquelas marcas de rodas durante 1 dia inteiro, sem dormir, sem descansar. Dormimos durante 1 hora e continuamos nosso caminho pelo segundo dia.

Bem, seria tolice ignorar que houveram sim, muitos reptilianos no caminho. Destroçamos e abrimos muitas tripas e pele de reptilianos. Quando chegamos ao final do segundo dia, estávamos correndo para subir uma encosta cheia de pedras, quando alcançamos o topo escarpado, e nesse topo, encontravam-se cinco reptilianos em uma pequena fogueira.

Eles olharam para nós. Nós olhamos para eles, Fábio desembainhou "Kharm Ihl A" e vociferou:
- Morte à esses anfíbios.
- Fábio, eles são répteis. - Disse à ele, como uma correção sincera.
- TODOS MORREM DO MESMO JEITO! - E avançou em passos firmes até nossos inimigos.

Haviam cinco reptilianos, um era gordo, que estava mais recuado, outro era uma cobra, como o que havíamos enfrentado no dia anterior, e os outros três eram mulheres. Calma, não propriamente mulheres, mas mulheres reptilianas. Nunca havíamos visto essas, por incrível que pareça, de alguma forma, parecia que os reptilianos apenas mandavam seus machos para a guerra. Você deve se perguntar, "mas como? como sabe que elas eram mulheres?", bom, não preciso entrar em detalhes, mas poderia dizer que o Fábio também notou que eram, e isso meio que impediu durante 0.3 segundos que ele cortasse a cabeça dela. Mas depois que cortou, vimos que sangravam da mesma forma, então, prosseguimos com o massacre.

Desembainhei Reptilia e Hand R' Chz, minhas duas espadas, ergui-as e cortei a segunda reptiliana que vinha na nossa direção desde o ponto ao final da curva do pescoço até a junção das coxas com a perna, a linha interior, bem próximo a região da virilha humana com as duas espadas, uma de cada lado. A terceira reptiliana correu para trás do gordo e da cobra, que respectivamente, gruniu e sibilou para nós.

- Eu fico com o gordo. Quanto mais carne, mais sangue. - Fábio disse, com um brilho maligno nos olhos.
- Ok, sem objeções quanto à isso... - Assumi minha melhor expressão de aceitação comum, mas na verdade, nunca havia visto tal brilho sem vida nos olhos de alguém. A não ser de quem matei, nunca vi, alguém vivo, empunhando uma espada e lutando, mas sem brilho de vida em seus olhos.

Ergui Reptilia, a cobra sibilou à minha frente, lancei-me em um ataque frontal, a cobra percebeu, e já ia interceptá-lo com uma mordida venenosa, quando eu simplesmente joguei-me para o lado, e cortei a cabeça dela, com um corte vertical diretamente no pescoço dela. Sua cabeça caiu, e seu corpo pendeu no chão, sem vida, e cheio de sangue.

Virei-me para o lado, e vi Fábio. Ele já havia matado seu inimigo gordo, mas estava cortando partes e falando.
- Rim para mim. Pulmão para Ítala - Uma de suas filhas - Coração para Hariah - A outra filha - Cérebro para Isabella - Sua esposa.
- Fábio, vamos embora...
- Embora? Para onde? Minha vida acabou.
- Não acabou, sua vida continua, sua alma permanece, você continua a respirar, erga sua espada, erga sua cabeça e viva!
- Muito pelo contrário, minha alma não existe - Ele se levantou, embainhou sua espada - minha respiração apenas continua para matar todos que encontrar e minha espada terá sangue de mil reptilianos, até o dia em que morrer. Agora sim, podemos continuar.

Embainhei minhas duas espadas. Virei-me para a fogueira, quando percebi que ainda faltava uma reptiliana.
Como havia passado tempos cortando as línguas do nosso inimigo, também dispusemos à colocar tempo para entendermos aquela língua, assim, pude conversar com aquela reptiliana quando me aproximei dela.

- Não me mate, não me mate! - Ela disse em um sotaque meio arrastado, característico dos répteis.
- Não a matarei, se puder me falar para que lado os escravos de meu povo foram levados.
- Eles foram para o norte dessas montanhas, iríamos alcançá-los amanhã cedo, nosso grupo se perdeu.
- Tudo bem, obrigado, agora, siga vosso caminho.

Dei as costas à ela, quando ouvi como se raspasse uma lâmina em uma pedra. Ela tinha uma faca.
Antes que conseguir me virar, ouvi um silvo fino e de uma lâmina cortando uma garganta.
Virei-me para olhar e vi Fábio atravessando a garganta dela com sua espada.
Nos entreolhamos, ele limpou sua lâmina e disse baixo:
- Faltam 999 répteis nojentos.

Olhando na direção que a reptiliana havia indicado, observei atentamente toda a área que teríamos que percorrer e próximo ao horizonte encontrei uma coisa entre as árvores que surgiam.
Seguimos nosso caminho naquela direção, e quando chegamos perto daquela coisa que havia visto, entendi o que era.

Toquei aquela seda, e senti meu coração rasgar-se. Senti o tecido da seda que trazia comigo dentro de minha armadura, a seda de meu amor, e toquei naquela seda que estava no chão à minha frente. Uma seda manchada de sangue.

Soube de quem era, e soube que talvez nunca mais a veria, talvez, nunca mais poderia sentí-la novamente próximo à mim.
Soube que naquele instante, meu mundo estava perdido.

Meus olhos se encheram de súbita e repentina raiva, e meus cabelos, vermelhos, se tornaram como fogo vivo.
Ergui meus olhos para a direção em que futuros mortos andavam. Ergui meus olhos para a direção aonde à nossa frente surgia...

Reptilia, a cidade dos nojentos que eu haveria de destroçar, destruir e colocar fogo neles, nos filhos e nos netos.

Uma cidade pelas minhas mãos condenada.
E então, o inesperado aconteceu.

Fomos capturados.

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