Sensações


As ondas do mar beijam a praia.

Em um misto de nostalgia e incredulidade,
O mar revela-se tocante aos olhos, ardente à garganta e incompreensível à mente,
A praia se torna milhares, bilhares de grãos de pré-vidro, preparados para apenas se encaixar naquela paisagem, como um quebra-cabeça.

Os sentimentos se tornam avulsos.
Vem e vão, eternamente.

Existem peças que nunca serão montadas,
Da mesma forma, existem pessoas que nunca se encaixam,
Na verdade, a grande maioria delas.

Não existe exatamente um espaço para cada um em um mundo que seja capitalista,
Assim como não existe espaço para sacolas de plástico na natureza,
Ou como existir fogo sem ter ar.

A derradeira questão, não é um simples fato.

Se encontra mais profunda do que um bilhão de fossas marinhas,
Talvez mais rarefeita do que o topo do mundo,
Ainda por cima mais quente que Aldebarã,
E absolutamente mais ensurdecedor do que um trovão.

A derradeira questão é algo interior,
Algo único e ao mesmo tempo tão geral,
Em todos apenas uma coisa,
Em todos, apenas um sentido.

A sensação da vida é interrupta.

E até o momento que ela se interrompa,

As bilhares de sensações devem inundar seu ser,

Deverão ser sensações insensíveis,
Doces e amargas, sortidas e azaradas,
Tudo nada, unicamente diversificadas,
Liberdade trancada, extroversão arredia,
Rebeldia santa, Endemoniação religiosa,

Se tudo está ao alcance das mãos,
Tocar é apenas uma escolha.

Se nada está no alcance das mãos,
Então é preciso voar mais alto.

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