Críticas às Classes - Usando a criatividade

Alerta - Texto Grande - Se não tiver ânimo, não leia

Antes de tudo, não sou um cientista social nem cientista do estado, não ligo pra imparcialidade que é um grande lixo, nem anseio fazer uma análise impessoal. Toda análise é pessoal, toda visão é através de algum olho. Toda melhor análise humana, não atende o objetivo se não provocar desconcerto.

No Brasil, existem 6 classes, nomeadas de A a F. Para entendê-las completamente, não se pode apenas ler sobre elas, você deve as ver, examinar, elogiar e criticar.

Começando de cima da cadeia alimentar, normalmente a classe A é conhecida por estar garantida. Garantida? O que é isso? Bom, isso quer dizer que por todas as gerações futuras, nunca mais ninguém precisará trabalhar de verdade. Ou seja, ou são nobres, ou pessoas que deram muita sorte na vida, seja nos negócios ou na mega-sena. Suas ações tem peso, mas são vazias, iguais a todo mundo. Os filhos desses, são ensinados que o dinheiro não é importante, e sim a vida, a felicidade. Por um lado, o dinheiro não é importante porque eles não precisam se preocupar com isso mais e além disso os filhos raramente entendem o que os pais querem dizer com felicidade e desperdiçam todo dinheiro da família, ou morrem cedo, ou pegam aids de não se sabe quem em uma festa de não se sabe o quê.

Logo abaixo dessa bela classe A, existe a classe B. Você deve estar achando que é a classe média, mas não é. Essa classe é intermediária entre os definitivamente ricos e os moradores do andar de baixo do prédio em que a cobertura pertence à um classe A. Feita de trabalhadores cheios de stress, artistas famosos, pessoas com roupas de marcas em shoppings nas áreas ricas das cidades grandes - embora esses últimos tenham status temporário - e moradores de zonas nobres e valorizadas da cidade - por causa do Iptu, esses últimos ganham status permanente. As ações são dedicadas e fiéis, mas a filosofia é superficial e bem destrutiva. Os filhos normalmente são bem educados, mas ignoram outras coisas e dão toda atenção ao dinheiro, em sua maioria. Apesar de todas as classes serem conscientes do real valor do ser humano - nenhum - essa é a que mais mente pra si mesma, e realmente acredita que estando dentro de um carro importado, no topo de uma empresa ou na parte de cima da calçada enquanto alguém anda na rua, é inatingível pela morte, que chega à todos. Aliás, é engraçado, mas a morte não tem preconceito, e a classe B, o esbanja.

Então, chegamos à classe C. Aliás, eu faço parte dela. Feita de trabalhadores preguiçosos, pessoas em cargos ruins e acomodados, desistentes da vida que acham que a idade é o limite para viver, e nada pode ser feito além. Além disso, gordos metidos a classe B, pessoas com relógios caros e inúteis, carros 0km comprados em 24 meses. Mas, nessa classe começam a aparecer pessoas mais que acomodadas, pessoas confortáveis. Você está deitado no seu sofá, com sua família, vendo TV, mal sabe o que seu filho passa, ou o que sua filha passa no dia-a-dia ou suas dúvidas internas, na verdade, não é importante, o importante é que as coisas permaneçam exatamente como elas estão. "Não importa sua opinião, não importa mesmo, deixe as coisas como estão", pior que esse discurso é quando alguém coloca a palavra Deus no final, "Deus vai resolver". Ainda existem outros elementos que sonham em participar das classes superiores e as elogiam falaciosamente por toda eternidade. Os filhos são inúteis. Não valorizam o que tem e jogam fora com facilidade, não se contentam com pouco e não se agradam com mais do que podem carregar, por deixar coisas pra trás. Extremamente egoístas, e em outros casos, depressivos e solitários. A felicidade nem é verdadeiramente importante, então eles acabam usando a palavra pra descrever riqueza, mulheres e máscaras. Tem pena falsa das classes abaixo e mantém as classes acima como ideal de vida. Já chega, próxima.

A classe D, é o alvo de preconceitos de todas acima, eles começam aqui e só acabam na F. A classe D para a C é tudo o que a classe B é para A. Semelhantes nas aparências, mas essencialmente diferentes. Porém, esses trabalhadores, mostram aos seus filhos mais bons exemplos do que maus exemplos e embora procurem ser superiores, não querem muito, existe mais humildade, simplicidade, comodidade. Para entender o que eu quero dizer, é só imaginar um representante de cada classe sentado em uma cadeira - pra você que não entendeu a metáfora, sim todos estão acomodados e embora aparentemente exista mobilidade, não existe. Enquanto a classe A senta em uma cadeira acolchoada, cheia de ouro, a classe B senta em uma de madeira exatamente igual à classe A, porém cheia de cupins. A classe C compra da mesma marca, mas quando senta, a cadeira quebra. A classe D não liga pra cadeira, desde que esteja sentada. Se puder ser uma cadeira bonitinha e um carro 0km comprado em 48 meses, melhor.

A classe E é feita de pessoas muito simples. Comemoram muita coisa inútil e ignoram o resto do mundo, mas realmente, ele não é importante. A cadeira é um banquinho, de bar.

A classe F é perdida no tempo e espaço. São invisíveis, portadores desse poder especial tão fascinante. Vagam e vivem dos outros, pode ser por opção, pode ser por má-sorte. Sentam no chão, o importante é estar sentado.

Mas de qualquer forma essa análise é terrível, por vários lados, primeiro porque é difícil ter criatividade pra criticar as coisas ao seu redor, é mais fácil agir, segundo porque é chato, eu mesmo estou cansado de ter escrito tanto. Aliás, se você leu até aqui, eu quero que você esteja se perguntando quem sou eu pra escrever qualquer coisa sobre qualquer um. Bom, sou um ninguém. Assim como você. E a vida é tão nula quanto você acredita ser importante.

Vida, ame-a ou deixe-a.

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