Princesa do Gelo


Pode ser porque já é de madrugada, e eu não consigo mais ler as palavras do livro que esta em minhas mãos, as palavras agora não são nada mais que borrões. É então me lembrei de algo.

Estava frio, não esse frio que sentimos, aquele real frio em que o vento parece cortar a pele. Minhas bochechas e nariz rosados, minha boca um pouco roxa, parecia que eu estava descalça em vez de tênis e meias, não sentia meus dedos. A blusa de frio não fazia mais diferença. Eu estava em uma floresta do lado de uma trilha, a natureza em sua totalidade. Ouvia o som de uma coruja, mas não sabia de onde o som vinha. Olhei para o céu, ele estava rosa, no mesmo instante olhei para o meu relógio, eram onze horas da noite. Rosa. O céu de negro para rosa. Hilário. Olhei para toda a natureza ao meu redor, e depois para o meu All-star velho e sujo em contraste com a grama. 

Eu não sentia mais frio. Eu era frio, ele tinha me consumido. Eu gostava do frio e do céu rosa e da coruja. Me senti forte, e por um segundo tudo fez sentido. 
Quando eu sai da floresta eu deixava uma fortaleza, para construir a minha. 

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