Azul de Águas Instáveis
O barco já estava velho e senescente, devido aos desgastes causados pelo mar.
Ninguém vê o que está adiante da praia, nem tampouco as conturbações que estão por vir.
É por isso que todos embarcam, e seguem pelas correntes a frente do horizonte de águas.
E quando chega, então, o dilúvio sobre as ondas, vem o previsível desespero a mente, se traduzindo na dúvida que atormenta todos os navegantes:
"Será que entrei no barco certo?"
No começo, é sempre difícil.
A infinitude do mar traz a saudade dos tempos em que não era preciso remar sozinho;
Mas de pouco em pouco, o caminho passa a ser a janela de casa, e não mais um deserto azul solitário.
A leva das correntes; as chuvas; os ventos; os arranhões no casco dos dias de desespero;
Todos deixam suas marcas, para não fazer esquecido o conturbado percurso da jornada quando, enfim, se chegar ás docas do final.
E lá no destino da embarcação, estarão vários outros veleiros e, também, novos oceanos, esperando para serem navegados, em uma nova imensidão do azul de águas instáveis.
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