Extremamente Subjetivo - parte 1


É engraçado. Todo esse tempo e eu nadando contra a corrente, todo esse tempo e eu indo em direção ao problema, como se com minhas mãos, pudesse resolvê-lo. Buscando a dor, batendo de frente, como não importasse quantas vezes me machucasse, quantas vezes ela me fizesse em pedaços que eu tinha acabado de juntar. É difícil entender que ir em direção ao ponto de início na maioria das vezes é como dar grandes passos na direção contrária.

A solidão era ingênua, doce até. Como se todos nós não fôssemos já naturalmente sós. Nenhuma solidão sobrepuja a outra. Somos sozinhos do nosso próprio jeito. Eu aqui, querendo ver, querendo provar. Queria observar de longe enquanto castelos se constroem em outro horizonte, enquanto pessoas somem e monstros surgem.

Foi difícil entender, mas entendi. Não há melhora alguma em sentir dor. Não há melhora alguma em buscá-la e pedir perdão mil vezes, a dor não perdoa, ela só dói. Alguém deveria ter aberto meus olhos antes. Demorou um pouco.

Não que tudo esteja bem, mas pelo menos eu consigo selecionar melhor o que quero ver agora. Quero ver uma vida feliz. Quero ver dragões resplandecentes acordarem no horizonte crepuscular e ao fim, quero ver a vida tão bela quanto vejo agora.

Era só sobre isso mesmo. Nada demais, nada menos. Espero te ver no Chile, acampado em uma barraca média. Em pleno deserto de sal, onde o céu toca o chão.

Ah, e ainda escrevendo um texto extremamente subjetivo.

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