Que chegasse logo

Ela passou do meu lado, e eu não a vi.


Estava entretido, olhando pros meus próprios pés. Eles estavam particularmente estranhos naquele dia, pareciam mais próximos do meu rosto. Talvez fosse o óculos de grau.



O chão parecia dizer-me que aquele era meu lugar, era hora de cortar as asas e nunca mais voar. A Engenharia prometia sonhos no futuro como uma religião promete o paraíso no final.



Os sonhos eram como folhas nas árvores da Escola de Engenharia. Caíam por terra na primeira chuva. Os desgarrados, nesse meio de setembro, caíam logo na segunda chuva.



Os sonhos e objetivos morriam e todos nós pensávamos que existia liberdade.



Só havia crueldade e destruição.



O sonho era inevitável. Inevitável. Os olhos fechavam e a aula escorregava para o fim. Doce fim.



Que chegasse logo.

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