Problemas com Validade
Eu me encontro num certo momento da vida, que me pergunto se haverá algum dia muito distante, em que tanto tempo terá passado, que todos nossos erros, mentiras e falhas de caráter serão esquecidos.
Me pergunto também se eu ainda estarei vivo quando esse dia chegar e as pessoas pra quem eu cometi tantos erros, contei tantas mentiras e tive tantas falhas, estarão lá ainda, vivas. Com os braços abertos, prontos à esquecer e perdoar.
Sei que não devia me basear nesses momentos para viver, mas parece inevitável carregar tanta culpa. É como quando se tenta voar e as algemas continuam presas ao chão. Já disseram ser fácil. É apenas ligar o "botão foda-se". Calma, explico: o botão foda-se é na verdade a idéia de que você não precisa se preocupar. Em palavras mais simples: Carpe Diem. Porém, procuro algo parecido por aqui. Não há. Não é estranho que para cada pessoa exista um tipo de dinâmica sentimental, um jeito de sentir individual. E quando eu olho aqui, não há válvula de escape. Não há fuga. É sempre pensamentos demais, sentimentos demais, o tempo todo. Mal consigo controlá-los.
Lembro que ontem estava estudando para uma prova. Já amanhecia e o energético tinha acabado. O sono começou a cobrar alto. Comecei a ouvir vozes no meu quarto. Uma das vozes parecia tão próxima quanto possível do meu ouvido direito. Ele dizia algo sobre solidão e sorria. As outras eram passados indistintos enquanto ecoavam pela minha cabeça. Decidi que era melhor dormir um pouco. Ainda tenho sono. Não ouço vozes. Mas queria ouví-las...
...ao menos tinha alguém pra conversar.
Bom, nada como escolher o constante redemoinho que leva todos nós à inexistência.
Talvez seja assim então. Sejamos seres feitos para oportunidades únicas que serão arruinadas para sempre.
E talvez, apenas mais esse talvez, a gente dê sorte... e consiga viver até todos os problemas não importarem mais.
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