Tudo que há no final


Meu coração bate forte.

Atravesso o espaço infinito entre o mundo em seus mais profundos e distantes horizontes: Minha alma.
Entro e saio por portas, portas infinitas, cuja torre que se ergue sem sequer previsão aos céus,
O chão é água pura e desconhecidamente profunda, tão profunda que o mínimo mergulho pode ser o último,
Portas sem escadas, escadas sem portas aos seus finais.

O único modo de se mover são asas.

Asas para aqueles que sabem viver. Escadas para aqueles que sabem morrer.

Existem salas que possuem palavras, existem salas que possuem idéias, e existem salas que possuem vida.
Porém, existe também uma sala, uma porta, tão simples de ser aberta, que até mesmo a aproximação dela,
Pode ceder toda uma vida ao simples e mais organizado caos: A porta da morte.

Basta observar e aceitá-la. Tão simples. Tão obrigatório.

Porém, após abri-la, ela nunca mais se fecha. A porta se escancara e deixa que seus monstros se espalhem.
A torre se enche, em suas paredes, em seus lagos, se enchem de perigos mortais. As luzes se apagam.

E o nascer do sol não vem. O repousar da lua se torna apenas uma lembrança.

Antes, o que era banhado de verdade, agora é banhado de sangue.

Há dias em que tudo que se pode notar,
São as lágrimas - da chuva - caindo em direção ao lago de água pura que se encontra no chão.

Entre as tantas idéias,
Aquela de que não há nada no tudo que existe no final,
Parece ser a mais forte.

Porém, se nada existe,
Não existe porque olhar para o céu durante a noite.

Ainda assim, o céu continua estrelado, e a vida prossegue em suas encenações.
Como sempre, as coisas se encaixam, as verdades desbotam, a vida morre e nasce,
E o céu continua estrelado.

Imortal.

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